terça-feira, 5 de agosto de 2014

Imagens de menino atacado por tigre, Faz Polícia Investigar

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A polícia de Cascavel, no oeste do Paraná, quer saber quem são os autores de imagens que circulam na internet do menino que teve o braço arrancado por um tigre no zoológico da cidade. Duas fotos do garoto – uma antes da cirurgia e outra logo após a amputação – foram tiradas dentro do hospital e se espalharam. "Ainda não há um inquérito. Estamos com uma investigação preliminar para apurar as responsabilidades. Mas queremos, sim, saber quem são essas pessoas que divulgaram essas fotos e com qual objetivo", disse o delegado Denis Merino, que investiga o caso.

Segundo o advogado Yvan Gomes Miguel, que defende Marcos do Carmo Rocha, pai do menino, a responsabilidade é toda do Hospital Universitário (HU). "Sabemos que já existe uma investigação em andamento. Nós sabemos que os crimes virtuais são difíceis de serem identificados, mas esperamos que os responsáveis sejam punidos", diz Yvan.

De acordo com a assessoria de imprensa do Hospital Universitário, uma sindicância foi aberta para apurar a divulgação das fotos. Ainda segundo o hospital, as imagens só podem ser feitas com finalidade científica e com autorização e consentimento do paciente ou de um representante legal.

O garoto atacado segue internado e deve receber alta até esta quarta-feira (6). Nesta terça-feira (5) , o tigre voltou a ser exposto no zoológico. O animal ficou cinco dias isolado como medida preventiva por causa do incidente. Poucos curiosos foram até o local.

Investigação
O garoto estava em uma área proibida, próximo à jaula do felino na hora do ataque. Ele ficou gravemente ferido e precisou ter o braço direito amputado na altura do ombro. Segundo o hospital, o estado de saúde da criança é estável.

O pai do menino, Marcos Carmo Rocha, disse que a primeira coisa que o filho falou depois do acidente foi um pedido para que ele não matasse o tigre. "Sabe o que ele gritou, a primeira hora que ele falou que estava sem o braço? Ele falou assim: 'não mata o tigre'. Sem o braço! Ele só pensou no tigre em primeiro lugar". O zoológico já descartou a possibilidade de sacrificar o animal.

Rocha diz que não viu o filho pular a cerca para se aproximar do leão, mas que o viu com o animal e achou a situação tranquila. "Quando eu vi a situação, eu vi que estava sob controle. O leão estava muito tranquilo com ele e as pessoas envolvidas com a situação de certa maneira assim, gostando, eu digo. O leão estava muito manso, eu estava prestando atenção nele, cuidado dele, com o pequeno no colo, mas achei uma situação tranquila”.

A Polícia Civil investiga se o acidente em Cascavel foi causado por omissão do pai, ou da guarda do zoológico. Eles podem responder pelo crime de lesão corporal, de acordo com o andamento do inquérito.

O Delegado Denis Merino disse que em depoimento o pai afirmou que não viu o menino perto da jaula. "O pai do menino disse que estava cuidando do outro filho dele, de três anos, que reside aqui em Cascavel, quando o maior, de 11 anos, se desvencilhou e estava nas proximidades. Tão logo ele percebeu que o animal atacou a criança, ele o socorreu", contou o delegado.

Merino afirmou que o pai deve ser ouvido novamente."Ele será interrogado formalmente sobre os fatos, inclusive ele tem o direito de permanecer em silêncio caso assim queira", explicou Merino.

O delegado também pretende ouvir a guarda patrimonial e as testemunhas para só depois decidir quem será responsabilizado pelo ataque do animal. "O código penal prevê que, quando o responsável legal é omisso, ele responde pelo resultado - no caso, o resultado foi uma lesão corporal grave. O pai e a guarda patrimonial - que deveria guardar o local para evitar o acesso de qualquer visitante naquela área - podem responder pelo crime de lesão corporal. A pena é de 2 a 5 anos", disse.

O diretor da Guarda Municipal de Cascavel, Lauri Dallagnol, disse que o guarda patrimonial não viu o garoto na área restrita porque estava fazendo ronda em outro local do zoológico. “Ele estava fazendo ronda no recinto dos macacos. Ele cuida de três recintos, então ele vem, faz a ronda neste local e vai para outro, faz a ronda e volta. Ele só viu a situação depois do fato consumado”, explicou.

O delegado tem o prazo de 30 dias para concluir as investigações.

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