terça-feira, 29 de maio de 2012

Entrevista do pastor Luiz Longuini

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Onde o senhor nasceu e está há quanto tempo no Rio de Janeiro?
LONGUINI: –Nasci em Jaú (SP), em uma fazenda cafeeira. Tenho orgulho de ser caipira. Nunca deixei minhas raízes. Vim para o Rio e fiquei até 1990. Fui para a Alemanha fazer doutorado e voltei em 1995. Sou pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil há 32 anos. Sou professor universitário e trabalhei com igrejas periféricas e em favelas.
Quantos casamentos já realizou? E de famosos?
Aproximadamente 1.200 casamentos. Entre famosos, a atriz Lavínia Vlasak e Celso Colombo Neto; a atriz Juliana Paes e Carlos Eduardo Baptista (empresário), a atriz Déborah Secco e o jogador de futebol Roger, o meia tricolor Thiago Neves e Marcella, Fabio Porchat e Patrícia Vasquez, Arlindo Cruz e Babi.
Qual foi mais marcante?
O da Juliana Paes foi um marco, dividiu minha carreira. Depois celebrei o da irmã dela, mantive um elo com a família. Mas todos são importantes e especiais porque a estrutura que sigo, o estilo e a espiritualidade são os mesmos que fiz para minha filha e meu filho. Casei os dois.
No casamento de Arlindo Cruz, Babi respondeu que sim desta forma: ‘Esperei 26 anos por isso: sim!’ Lembra de outros momentos divertidos?
Fábio Porchat, na hora do sim, gritou e tapou os ouvidos. A esposa dele disse: ‘Vou pensar um pouco’ e fingiu que sairia correndo do altar. Os padrinhos estavam de chinelos em homenagem a Porchat, que adora o calçado. Houve uma noiva que pediu para eu me apresentar como padre porque a família era muito católica. Eu disse: ‘Padre, não. Mas posso falar que sou sacerdote’. Ela ficou satisfeita. Todas essas histórias estão sendo registradas num livro que será publicado em breve, com nomes fictícios.
Como surgiu a proximidade com celebridades?
O primeiro (casamento de celebridade) foi o da Lavinia Vlasak. Depois, o da Juliana Paes. Quem me indicou para a Juliana foi um diretor de TV que não sei quem é até hoje. Vou conhecê-lo em breve.
Juliana Paes declarou que nunca esqueceria o que o senhor falou na cerimônia. Por que tanta gente o procura?
Tenho algumas intuições. A postura que assumo perante o casal, a família e os convidados é ecumênica, de aceitação da realidade de todos. Não imponho fórmula ou doutrina. Não falo de religiosidade, mas de espiritualidade. O centro da espiritualidade é o amor. Faço um diálogo entre a teologia (Bíblia) e a cultura com citações de poemas, músicas, filmes, teatro. Também o fato de celebrar o casamento em casa de festas ou clubes e de realizar o religioso e o civil no mesmo local. No casamento de Juliana Paes, usei um conto de José Saramago sobre uma aldeia de sua infância em que toda a vida era permeada pelo badalar de sinos. Ouvir o sino interior é a grande lição da vida. Juliana e Eduardo ouviram o sino quando se conheceram.
O senhor se inspira em fontes distintas, de Raul Seixas, Pablo Neruda a Martin Luther King Jr….
Faço uma cerimônia com os quatro elementos da natureza: fogo, terra, água e ar. Está numa música do Raul Seixas, mas é a base filosófica de Empédocles de Agrigento. Como sou professor de Filosofia, utilizo muita coisa. Também Mário Quintana, Carlos Drummond de Andrade, Cora Coralina, Pena Branca e Xavantinho, Geraldo Azevedo, Eliomar, Tonico e Tinoco, Rolando Boldrim, Renato Teixeira, Almir Sater.
Tem uma fórmula para construir o discurso?
É um método. O diálogo entre a teologia e a cultura. Muitos teólogos fazem. Minha originalidade talvez seja fazê-lo em casamentos e relacionar com a vida dos noivos. Gosto de dizer que Jesus ouvia Tom Jobim e, no casamento do Arlindo, disse que Jesus gostava de ouvir Zeca Pagodinho, Arlindo Cruz, Beth Carvalho, ao que o Zeca completou: gostava e gosta. Usei como tema da pregação a pergunta ‘o que é o amor?’, mostrando que nem poetas e nem Rei Salomão conseguiram definir. Terminei lendo a música do Arlindo ‘O que é o amor’ sem dizer que era dele. Todos sabiam e aplaudiram.
O senhor também gosta do universo sertanejo.
Prefiro música caipira raiz. É o mundo de onde venho. Pensei que um dia havia deixado minha terra Jaú, mas ela nunca me deixou. Cito sempre Cora Coralina. Não devemos deixar o quintal de casa.
Qual o local mais inusitado em que o senhor celebrou um casamento?
Faço casamentos em casas, apartamentos, clubes, casa de festas, clube de campo, praia. Houve um em Salvador, na Praia de Itapuã. Fiquei de costas para o mar, os noivos e os convidados olhando o mar. Baianas abençoaram os padrinhos e os noivos e quatro atabaques soaram o tempo todo. Tudo era muito poético e lindo. Foi entardecendo e eu terminei a cerimônia citando Dorival Caymmi. Como não podia deixar de ser.
O senhor está no quarto casamento. Como passa a mensagem de que o casamento é eterno?
Não creio que o casamento seja eterno como instituição. Eterno é o amor. Há grande diferença entre a concepção católica romana e a protestante. Para católicos, o casamento é um sacramento. Para nós, não: é união que recebe a bênção de Deus, mas aceitamos o divórcio. Não significa a banalização do casamento, mas a possibilidade de reconstruir uma nova vida em amor e fidelidade. Sou a favor da vida e do amor. As relações são passíveis de erros e acertos. O casamento também.
Este mês como está sua agenda de casamentos? Outro casal famoso?
Em maio, celebro 10 (contando com o de Arlindo Cruz e Babi). Isso sempre acontece com muito sigilo. Os noivos pedem. Mas a minha agenda para este ano está cheia e para 2013 já está aberta e com muita coisa agendada.
Quanto custa a sua cerimônia?
É algo que não discuto com os noivos de saída. Faço muitas sem cobrar nada, porque gosto e porque é minha profissão. O preço está relacionado com minha agenda, local, tipo de cerimônia. Uma cerimônia em Búzios, em Angra ou em Salvador ou São Paulo não custa o mesmo que no Rio.

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